10 atividades para crianças no 4 ano

Chegar ao 4º ano do Ensino Fundamental é um marco significativo no desenvolvimento infantil. Nessa fase, geralmente por volta dos 9 ou 10 anos, os alunos deixam de ser crianças pequenas e entram em um estágio de pensamento mais concreto, lógico e socialmente engajado. Como educadores e pais, o desafio é manter o interesse acadêmico aceso enquanto se estimula a autonomia. Por isso, selecionar as melhores 10 atividades para crianças no 4 ano não é apenas uma questão de preencher tempo, mas de nutrir mentes curiosas.

Neste artigo, mergulharemos profundamente em dinâmicas que cobrem desde o raciocínio lógico-matemático até a inteligência emocional. Você encontrará propostas que funcionam tanto na sala de aula quanto em casa, desenhadas para transformar o aprendizado em uma experiência memorável. Prepare-se para favoritar este guia, pois ele será seu recurso definitivo.

1. Desafios de Matemática Gamificada e Lógica 

A matemática no 4º ano introduz conceitos mais complexos, como frações, divisões com dois algarismos e geometria básica. Para evitar que esses temas se tornem áridos, a gamificação é a chave. Transformar números em jogos não apenas reduz a ansiedade matemática, mas também solidifica o entendimento através da prática lúdica.

Uma excelente atividade é o “Mercadinho da Classe” ou a simulação de uma loja em casa. Crie cédulas de dinheiro fictício e embalagens de produtos. O objetivo não é apenas somar e subtrair, mas calcular trocos complexos, aplicar descontos (introdução à porcentagem) e gerenciar orçamentos. Peça para as crianças calcularem o preço de 3 unidades de um item ou dividirem o custo de uma “pizza” (fração) entre amigos.

Outra opção robusta é o uso de jogos de tabuleiro modernos que exigem estratégia e contagem, como Batalha Naval (para coordenadas cartesianas) ou jogos de cartas adaptados para operações de multiplicação. O segredo aqui é fazer com que a criança precise da matemática para vencer o jogo, tornando o cálculo uma ferramenta de poder, não uma obrigação.

2. Oficinas de Escrita Criativa e Jornalismo 

A fluência na leitura e a capacidade de estruturar textos narrativos e informativos são competências cruciais na BNCC para o 4º ano. Fugir da redação tradicional e propor oficinas criativas engaja até os alunos mais relutantes. A ideia é dar voz à criança e mostrar que o que ela escreve tem impacto e público.

A criação de um Jornal da Turma (ou da Família) é uma atividade riquíssima. Divida as crianças em funções: repórteres, editores, ilustradores e diagramadores. Eles devem entrevistar colegas, relatar eventos da escola ou criar resenhas de livros e filmes. Isso trabalha a síntese, a gramática normativa e a distinção entre fato e opinião.

Para estimular a imaginação, proponha a atividade “E se a história fosse diferente?”. Leia um conto clássico ou um livro que a turma goste e peça para reescreverem o final. E se o Lobo Mau fosse a vítima? E se a Chapeuzinho tivesse superpoderes? Essa inversão de papéis desenvolve a criatividade e a capacidade de argumentação narrativa.

3. Experimentos Científicos: O Laboratório do Mundo 

Nesta idade, o pensamento científico está desabrochando. As crianças querem saber o “porquê” das coisas funcionarem. As atividades práticas de ciências (Hands-on) são imbatíveis para fixar conceitos de física, química e biologia de forma visual e tátil.

O clássico “Vulcão de Bicarbonato” pode ser elevado a um novo nível no 4º ano. Peça que eles formulem hipóteses: O que acontece se mudarmos a quantidade de vinagre? E se usarmos limão? Eles devem registrar os resultados em um diário de bordo científico. Isso introduz o método científico: observação, hipótese, experimento e conclusão.

Outra atividade fascinante é a criação de um Terrário Fechado. Usando potes de vidro, pedras, carvão, terra e pequenas plantas, as crianças constroem um miniecossistema. Ao longo das semanas, elas observam o ciclo da água (condensação no vidro) e a fotossíntese em ação. É uma aula viva sobre sustentabilidade e ecologia que dura meses.

4. Mapeando o Espaço: Geografia e Cartografia 

A noção espacial se refina drasticamente aos 9 anos. Sair dos mapas abstratos dos livros e trazer a geografia para a realidade do aluno é fundamental. A alfabetização cartográfica permite que a criança compreenda seu lugar no bairro, na cidade e no mundo.

A atividade “Caça ao Tesouro Cartográfica” é infalível. Em vez de pistas simples, use coordenadas, pontos cardeais (Norte, Sul, Leste, Oeste) e legendas. As crianças devem desenhar o mapa da escola ou de casa, criando símbolos para representar móveis ou árvores. Isso trabalha a visão vertical, a proporção e a escala.

Você também pode explorar a diversidade cultural através do projeto “Mala de Viagem”. Cada aluno escolhe um estado brasileiro ou um país e prepara uma apresentação como se tivesse viajado para lá, trazendo “souvenirs” (desenhos), pratos típicos (receitas) e curiosidades geográficas. Isso conecta a geografia humana com a física de forma envolvente.

5. Inteligência Emocional e Dinâmicas de Grupo 

O 4º ano é um período de intensas mudanças sociais. As amizades tornam-se mais complexas e os conflitos também. Atividades focadas em habilidades socioemocionais (SEL) são obrigatórias para formar cidadãos empáticos e resilientes.

O “Pote da Gratidão e dos Desafios” é uma dinâmica poderosa. Durante a semana, as crianças escrevem anonimamente algo pelo qual são gratas ou um problema que estão enfrentando. No final da semana, o mediador lê os papéis. A turma celebra as gratidões e, coletivamente, propõe soluções para os problemas apresentados. Isso cria um senso de comunidade e apoio mútuo.

Outra atividade é o “Teatro das Emoções”. Em grupos, as crianças recebem situações (ex: “um amigo quebrou seu brinquedo favorito” ou “você tirou uma nota baixa”). Elas devem encenar como reagiriam de forma agressiva, passiva e, finalmente, assertiva. Discutir essas reações ajuda a modelar comportamentos saudáveis na vida real.

6. Artes Visuais e Releitura de Obras 

A arte no 4º ano não deve ser apenas “desenho livre”. É o momento de introduzir história da arte, técnicas mistas e expressão pessoal intencional. A releitura de obras famosas permite que a criança entenda o contexto do artista e aplique sua própria visão de mundo.

Proponha a atividade “Minha Vida em Cubismo”. Após apresentar obras de Picasso ou Tarsila do Amaral, desafie os alunos a desenharem seus autorretratos usando formas geométricas e perspectivas múltiplas. Isso estimula a abstração e mostra que a arte não precisa ser uma cópia fotográfica da realidade.

Trabalhar com Arte Sustentável também é essencial. Coletar materiais recicláveis (garrafas, caixas, tampinhas) para criar esculturas tridimensionais desafia a engenharia estrutural da criança e reforça a consciência ambiental. O resultado final pode ser uma exposição aberta à comunidade escolar ou familiar.

7. Tecnologia Desplugada e Introdução à Lógica de Programação 

Vivemos na era digital, e entender a lógica por trás dos computadores é uma nova forma de alfabetização. No entanto, nem sempre é necessário ter telas para aprender a programar. O pensamento computacional pode ser desenvolvido com papel, corpo e comandos.

A atividade do “Robô Humano” é divertidíssima. Uma criança é o “programador” e a outra é o “robô”. O programador deve dar comandos exatos (ex: “dê dois passos à frente”, “vire 90 graus à direita”) para que o robô chegue a um objetivo. Se o comando for vago, o robô não se mexe. Isso ensina algoritmos, precisão e depuração (correção de erros).

Se houver acesso a tablets ou computadores, plataformas como o Scratch (desenvolvido pelo MIT) são perfeitas para o 4º ano. Elas permitem criar animações e jogos através de blocos de encaixar, sem necessidade de digitar códigos complexos. É a porta de entrada para o mundo da tecnologia criativa.

8. História Viva: Entrevistas e Árvore Genealógica 

A História ganha vida quando percebemos que somos parte dela. No 4º ano, o estudo da história local e familiar ajuda a construir a identidade da criança. Conectar o passado abstrato com a realidade dos avós e bisavós torna o aprendizado significativo.

A construção da Árvore Genealógica Detalhada vai além de nomes. Peça que as crianças investiguem a origem dos sobrenomes, as profissões dos antepassados e os motivos de migração. Isso pode se desdobrar em uma aula sobre imigração no Brasil e formação do povo brasileiro.

Complemente com o projeto “Cápsula do Tempo”. As crianças devem selecionar objetos, escrever cartas para o seu “eu do futuro” e guardar notícias atuais em uma caixa lacrada, para ser aberta no final do ano letivo ou na formatura do 5º ano. Isso trabalha a noção de tempo histórico, permanências e mudanças.

9. Gincanas Cooperativas e Educação Física 

O corpo em movimento é fundamental para a saúde mental e cognitiva. As atividades físicas para essa faixa etária devem focar na cooperação, no respeito às regras e no desenvolvimento motor refinado. Fugir dos esportes tradicionais (apenas futebol ou vôlei) inclui mais alunos.

Organize uma “Olimpíada Cooperativa”. Diferente da competição pura, aqui as equipes ganham pontos por ajudar os adversários, por torcida organizada e por fair play. Jogos como “Travessia do Rio” (usando folhas de jornal para atravessar o pátio sem pisar no chão) exigem estratégia coletiva.

Outra opção é o Resgate de Brincadeiras Antigas. Pular elástico, queimada, taco (bets) e esconde-esconde. Ensinar essas brincadeiras preserva a cultura lúdica e tira as crianças do sedentarismo das telas, promovendo interação social real e vigorosa.

Perguntas Frequentes